sábado, 11 de junho de 2011

2 - Celebrando o Meio Ambiente e o Ano Internacional das Florestas com ARTE

Podemos trabalhar a questão ambiental na aula de Artes, apresentando artistas como Félix-Èmile Taunay, Rugendas, Vitor Meirelles que foram artistas que se preocuparam em registrar a devastação das florestas brasileiras. Trabalhando a PAISAGEM como gênero de pintura. Ouvir os sons da mata e sensibilizar os alunos para esta problemática.

 Monteiro Lobato descreve de um jeito muito gostoso e simples o sonzinho do riacho que corre no Capoeirão dos Tucanos,  a mata virgem do Sítio do Pica-Pau Amarelo:

“(...) uma água muito límpida, que corria, cheia de barulhinhos mexeriqueiros, por entre velhas pedras verdoengas de limo.”¹(livro “O Saci”, cap. A Modorra)  

PAISAGEM

Assim como o RETRATO e AUTO RETRATO a PINTURA DE PAISAGEM também é um gênero das Artes Plásticas. A paisagem ocupava lugar secundário, tinha a função de cenário, que sustentava algum acontecimento, ou personagem. A partir do século XVIII, e século XIX ela alcança a sua independência, a importância de ser retratada pelo seu próprio valor de beleza ou poder de impressionar, e ocupa o primeiro plano, no Romantismo. Os nomes de John Constable (1776 - 1837) e Joseph Mallord William Turner (1775 - 1851) são as primeiras referências para a compreensão do desenvolvimento do gênero. Mas alguns artistas que antecederam o Romantismo souberam registrá-la magnificamente. Os registros de viagem de Albrecht Dürer (1471-1528); as paisagens produzidas pelos holandeses cheias de detalhes; os artistas membros da Missão Artística Francesa (Nicolas-Antoine Taunay (1755 - 1830), Debret (1768 - 1848), no Brasil registraram a nossa flora e fauna.

        Preciso destacar um pintor, desenhista, Félix-Émile Taunay (1795-1881), filho de Nicolas-Antoine Taunay. Foi professor e diretor da Academia Imperial de Belas Artes do Brasil.
        Este artista registrou em 1843, a sua preocupação ante a  destruição das florestas brasileiras na obra “Vista de um mato virgem que se está reduzindo a carvão”.

        “O quadro tem sido interpretado como uma alegoria do embate entre natureza e civilização, tema que reaparece em outras obras do período, como “Moema” de Vitor Meirelles(1832-1903), pintada duas décadas depois. A obra podia ser considerada um posicionamento do artista em relação a uma questão real que afetava a vida dos habitantes do Rio de Janeiro: a destruição das matas brasileiras. Era o indício de que seu engajamento político ia muito além das suas atividades na Academia. Alguns artistas estrangeiros, como o austríaco Thomas Ender (1793-1875) e o alemão Johann Moritz Rugendas (1802-1858), também registraram essa devastação durante suas passagens pelo Brasil nas décadas de 1810 e 1820, podendo ser predecessores importantes de Taunay”  ²(Mattos, Claudia Valladão)


1 Lobato, Monteiro. O saci, cap VI - A modorra, p.18. 56ºed. São Paulo: Ed.Brasiliense, 1994.
2  Mattos, Claudia Valladão , Revista de História da Biblioteca Nacional, ano6, nº62, novembro 2010. P 65
Foto: Revista de História da Biblioteca Nacional, ano6, nº62, novembro 2010. P 66,67(Museu Nacional de Belas Artes/Ibram/Minc
Pintura de Paisagemwww.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=termos_texto&cd_verbete=363



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