terça-feira, 12 de junho de 2012

DONA SETEMBRINA ou "MARIA BOTÃO"

        Dona Maria Setembrina Formiga, 70 e poucos anos, pessoa simples dotada de muita criatividade e habilidades, cria com técnicas artesanais as suas obras de arte - seus vestidos temáticos - dos quais ela integra, veste e faz suas performances. Desfila pelas festas de Lages, em Santa Catarina, como na Festa da Maçã, nos Bailes dos Idosos, Carnaval, na Festa do Pinhão.  
   Vou chamá-la de artista. 

          Uma artista popular, performática.
             
           Uma figura que já pertence à história local.
           
           Fez-se conhecer.
       
       Para a festa deste ano, a XXIV Festa Nacional do  Pinhão, criou e confeccionou um vestido com as figuras iconográficas desta festa - a gralha azul, e o pinhão. A gralha azul é a ave responsável pela disseminação da Araucária Angustifolia ou Pinheiro do Paraná (pinheiro nativo do Brasil que produz o pinhão. Este pinheiro quase chegou a extinção pelo desmatamento).
                              
           Uma artista e artesã, um pouco das duas coisas.
       
       Dona Setembrina sabe ser original e é orgulhosa de si e das suas criações. Mesmo no dia a dia, veste a sua moda. Roupas com crochês e bordados. Lindinha e faceira, se veste como gosta. É a sua própria estilista.
          Nas suas criações, reaproveita, tecidos e acessórios que sua nora, gari em Florianópolis, recolhe no Carnaval, coisas que as pessoas vão largando pela rua.
      
        É uma figura querida, que deveria receber mais atenção, respeito de todos, valor e incentivo dos órgãos responsáveis por esses eventos culturais que ela participa e abrilhanta.
        
          ABRILHANTAR -  expressão dela,  e ABRILHANTA mesmo as festas com sua presença.
         Dona Setembrina é corajosa e irreverente.
    
         Olhando para ela, lembrei  da arte de Eli Heil e dos Parangolés de Hélio Oiticica. Acho que Dona Setembrina, sem saber, sintetizou esses dois artistas.
         
     Na Performance o artista integra sua obra e se expõe, dançando, desfilando, interpretando, é o que ela faz.

         A Arte provoca em nós sentimentos diversos.

 A Festa Nacional do Pinhão de Lages acontece em junho, com vários eventos na cidade de Lages SC, Brasil.

 Com  permissão de Dona Setembrina coloco algumas fotos dela, para assim, abrilhantar também o meu blog com a sua presença.
         
Acessório (chapéu) 






           
Vestido da "Maria Botão"
                                                                                                                     
 Sapatinhos da vestimenta de botôes
   Dona Setembrina na Festa do Pinhâo
                                                                                            

Perfomance, happening; Eli Heil, Hélio Oiticica e os Parangolés:
            Eli Heil, artista catarinense:
           "Realizou um trabalho único, de difícil classificação, que na XVI Bienal Internacional de São Paulo foi catalogado como “Arte Incomum” (Art Brut). 'A arte para mim é a expulsão dos seres contidos, doloridos, em grandes quantidades, num parto colorido'” (diz Eli Heil).
           “Em seu processo de criação utilizou os mais diversos materiais (saltos de sapato, tubos de tinta, canos de PVC, etc.) e inventou inúmeras técnicas."
http://www.eliheil.org.br/por/artista/



 
Mundo Ovo de Eli Heil
       "Hélio Oiticica e a multisensorialidade dos parangolés.
           Hélio Oiticica foi um pintor, escultor, artista plástico e performático de aspirações anarquistas. É considerado por muitos um dos artistas mais revolucionários de seu tempo e sua obra experimental e inovadora é reconhecida internacionalmente. Uma de suas principais obras é o parangolé, expressão artística que envolve a dança os tecidos e as cores.”
http://multissenso.blogspot.com.br/2009/11/helio-oiticica-e-multisensorialidade.html

Parangolé (Héliooiticica
                         
           "Na década de 1960, Hélio Oiticica criou o Parangolé, que ele chamava de "antiarte por excelência" é uma pintura viva e ambulante. O Parangolé é uma espécie de capa (ou bandeira, estandarte ou tenda) que só mostra plenamente seus tons, cores, formas, texturas, grafismos e textos (mensagens(...), e os materiais com que é executado (tecido, borracha, tinta, papel, vidro, cola, plástico, corda, palha) a partir dos movimentos de alguém que o vista. Por isso, é considerado uma escultura móvel."
           "O happening (do inglês, acontecimento) é uma forma de expressão das artes visuais que, de certa maneira, apresenta características das artes cênicas. Neste tipo de obra, quase sempre planejada, incorpora-se algum elemento de espontaniedade ou improvisação, que nunca se repete da mesma maneira a cada nova apresentação.
Apesar de ser definida por alguns historiadores como um sinônimo de performance, o happening é diferente porque, além do aspecto de imprevisibilidade, geralmente envolve a participação direta ou indireta do público espectador." http://pt.wikipedia.org/wiki/Happening
               Performance:
           "Trabalhos muito diferentes entre si, realizados entre 1960 e 1970, aparecem descritos como performances, o que chama a atenção para as dificuldades de delimitar os contornos específicos dessa modalidade de arte. (...) A produção de Hélio Oiticica (1937-1980) dos anos de 1960 - por exemplo os Parangolé - guardam relação com a performance, por sua ênfase na execução e no "comportamento-corpo", como define o artista. "

Um comentário:

  1. Linda, linda D. Setembrina!! A alegria não está apenas no colorido de suas roupas, mas com certeza nesse sorriso que ela mostra para todos. Adorei a história de D. Setembrina! E parabéns pelas fotos! =D
    Ínara

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