Dona
Maria Setembrina Formiga, 70 e poucos anos, pessoa simples dotada de muita criatividade
e habilidades, cria com técnicas artesanais as suas obras de arte - seus
vestidos temáticos - dos quais ela integra, veste e faz suas performances.
Desfila pelas festas de Lages, em Santa Catarina, como na Festa da Maçã, nos Bailes dos Idosos, Carnaval, na Festa do Pinhão.
Vou chamá-la de artista.
Uma artista popular, performática.
Uma artista popular, performática.
Uma
figura que já pertence à história local.
Fez-se
conhecer.
Para
a festa deste ano, a XXIV Festa Nacional do
Pinhão, criou e confeccionou um vestido com as figuras iconográficas
desta festa - a gralha azul, e o pinhão. A gralha azul é a ave responsável pela
disseminação da Araucária Angustifolia
ou Pinheiro do Paraná (pinheiro nativo do
Brasil que produz o pinhão. Este pinheiro quase chegou a extinção pelo
desmatamento).
Uma
artista e artesã, um pouco das duas coisas.
Dona Setembrina sabe ser original e é orgulhosa de si e das suas criações. Mesmo no dia a dia, veste a sua moda. Roupas com crochês e bordados. Lindinha e faceira, se veste como gosta. É a sua própria estilista.
Nas
suas criações, reaproveita, tecidos e acessórios que sua nora, gari em
Florianópolis, recolhe no Carnaval, coisas que as pessoas vão largando pela
rua.
É uma figura querida, que deveria receber mais
atenção, respeito de todos, valor e incentivo dos órgãos responsáveis
por esses eventos culturais que ela participa e abrilhanta.
ABRILHANTAR - expressão dela, e ABRILHANTA mesmo as festas com sua presença.
ABRILHANTAR - expressão dela, e ABRILHANTA mesmo as festas com sua presença.
Dona
Setembrina é corajosa e irreverente.
Olhando para ela, lembrei da arte de Eli Heil e dos Parangolés de Hélio Oiticica. Acho que Dona Setembrina, sem saber, sintetizou esses dois artistas.
Olhando para ela, lembrei da arte de Eli Heil e dos Parangolés de Hélio Oiticica. Acho que Dona Setembrina, sem saber, sintetizou esses dois artistas.
Na
Performance o artista integra sua obra e se expõe, dançando, desfilando,
interpretando, é o que ela faz.
A
Arte provoca em nós sentimentos diversos.
A Festa Nacional do Pinhão de Lages acontece em junho, com
vários eventos na cidade de Lages SC, Brasil.
Com permissão de Dona Setembrina coloco algumas fotos dela, para assim, abrilhantar também o meu blog com a sua presença.
Com permissão de Dona Setembrina coloco algumas fotos dela, para assim, abrilhantar também o meu blog com a sua presença.
Acessório (chapéu) |
Vestido da "Maria Botão" |
Sapatinhos da vestimenta de botôes |
Dona Setembrina na Festa do Pinhâo |
Perfomance,
happening; Eli Heil, Hélio Oiticica e os Parangolés:
Eli
Heil, artista catarinense:
"Realizou
um trabalho único, de difícil classificação, que na XVI Bienal Internacional de
São Paulo foi catalogado como “Arte Incomum” (Art Brut). 'A arte para mim é a
expulsão dos seres contidos, doloridos, em grandes quantidades, num parto
colorido'” (diz Eli Heil).
“Em seu
processo de criação utilizou os mais diversos materiais (saltos de sapato,
tubos de tinta, canos de PVC, etc.) e inventou inúmeras técnicas."
"Hélio
Oiticica e a multisensorialidade dos parangolés.
Hélio
Oiticica foi um pintor, escultor, artista plástico e performático de aspirações
anarquistas. É considerado por muitos um dos artistas mais revolucionários de
seu tempo e sua obra experimental e inovadora é reconhecida internacionalmente.
Uma de suas principais obras é o parangolé, expressão artística que envolve a
dança os tecidos e as cores.”
http://multissenso.blogspot.com.br/2009/11/helio-oiticica-e-multisensorialidade.html
Parangolé (Héliooiticica |
"Na
década de 1960, Hélio Oiticica criou o Parangolé, que ele chamava de
"antiarte por excelência" é uma pintura viva e ambulante. O Parangolé
é uma espécie de capa (ou bandeira, estandarte ou tenda) que só mostra
plenamente seus tons, cores, formas, texturas, grafismos e textos (mensagens(...),
e os materiais com que é executado (tecido, borracha, tinta, papel, vidro,
cola, plástico, corda, palha) a partir dos movimentos de alguém que o vista.
Por isso, é considerado uma escultura móvel."
"O
happening (do inglês, acontecimento) é uma forma
de expressão das artes visuais que, de certa maneira, apresenta características
das artes cênicas. Neste tipo de obra, quase sempre planejada, incorpora-se
algum elemento de espontaniedade ou improvisação, que nunca se repete da mesma
maneira a cada nova apresentação.
Apesar de ser definida por alguns
historiadores como um sinônimo de performance, o happening é diferente porque,
além do aspecto de imprevisibilidade, geralmente envolve a participação direta
ou indireta do público espectador." http://pt.wikipedia.org/wiki/Happening
Performance:
"Trabalhos
muito diferentes entre si, realizados entre 1960 e 1970, aparecem descritos
como performances, o que chama a atenção para as dificuldades de delimitar os
contornos específicos dessa modalidade de arte. (...) A produção de Hélio
Oiticica (1937-1980) dos anos de 1960 - por exemplo os Parangolé - guardam
relação com a performance, por sua ênfase na execução e no
"comportamento-corpo", como define o artista. "
Linda, linda D. Setembrina!! A alegria não está apenas no colorido de suas roupas, mas com certeza nesse sorriso que ela mostra para todos. Adorei a história de D. Setembrina! E parabéns pelas fotos! =D
ResponderExcluirÍnara