domingo, 29 de maio de 2011

Mini Oficina de Gravura

Com os alunos dos 9º anos A, C e D (E. M. Profª Danda Nunes), neste 1º bimestre  fiz uma Mini Oficina de Gravura. O conteúdo era o Modernismo no Brasil, artistas, Semana de Arte Moderna de 22, e em especial, Lasar Segall e suas gravuras. 
A atividade prática foi  Gravura.
 Para a Matriz optei pelo isopor (aquelas bandejinhas de frios, pois esse isopor é bem liso com pouca textura), papelões, tecidos e barbante, por serem mais fáceis de trabalhar e mais rápido, não exigem as goivas e madeira que são materiais  mais onerosos. E também é uma forma de trabalhar com materiais que seriam jogados no lixo. Mas deixei livre, quem quisesse trazer madeira, poderia. Dois alunos  trouxeram.
A tinta utilizada nessa oficina foi a tipográfica. Utilizamos o rolo de borracha  próprio para gravura. Mas é possível fazer com guache e rolinho de espuma. Só que a qualidade fica inferior.

Matriz de isopor: risca-se com caneta esferográfica (a tinta oleosa desta caneta ajuda a deslizar melhor) aprofundando bem a linha. Quando se quer uma linha mais grossa, inclinar a caneta.
Para que áreas maiores fiquem brancas na impressão, vazar a área.

Matriz de papelão: fazer uma composição com colagem de diversos tipos de texturas como:  barbantes, tecidos grossos, etc., numa base de papelão. Fica bem interessante. Chamada COLOGRAVURA, definida como uma técnica aditiva, pois nela, não se subtrai material da matriz, mas ao contrário se agrega ao suporte materiais com texturas. A  matriz  pode ser de diversos materiais , como papelão, plástico, madeira, metal, onde são colados  materiais com texturas táteis, como rendas, lixas, areia, folhas secas.

                                           Matriz em papelão - Cristine Weck

                                                                      "Árvore" -   Gravura  - Cristine Weck
Matriz realizada com colagens de texturas (papelão,  fios) - aluna Paola H.


 
 9ºC
Aluno: Robert Borba 9º C


                                                      Paola  Hokama - 9ºD
João Pedro Oliveira - 9ºC

 
Aluno: Yohan  Modesto  9ºD

 Matriz em isopor
Aluna: Júlia 9D

Gravura
Aluna: Júlia 9D 





Bom... O que é uma Gravura?
Resumindo...
“Gravura é o nome dado a uma técnica manual de impressão. A madeira, a pedra, o linóleo e o metal são utilizados como matrizes.” (Podemos utilizar, na escola, materiais alternativos como o isopor e o papelão.)
“O artista grava imagens na matriz fazendo cortes ou sulcos, com ferramentas cortantes, tais como as goivas e os buris.
Sobre a matriz o artista  passa a tinta e depois imprime a imagem num papel, que sai invertida. Se quiser pode tirar várias cópias iguais, obtendo assim uma tiragem.
A característica mais importante da gravura é a de não ser uma obra única, pois pode ter muitas cópias.” (A Gravura de Lasar Segall – Poesia da Linha e do Corte. Arte Sesc – Caderno Ativo. Ed.Sesc. 2000.)
  • A Gravura para ter valor como arte deve ser assinada e numerada pelo artista.
(Obs: Com o computador podemos também fazer gravura - a infogravura, só que a impressão será realizada pela máquina IMPRESSORA e a Matriz é o próprio computador em que ficou gravada, onde foi salva a imagem produzida.)

Lasar Segall
“Lasar Segall era um artista russo que viveu a maior parte de sua vida no Brasil. Em 1906, com quinze anos, Segall saiu de sua cidade natal, Vilna, e foi para Berlim, na Alemanha, estudar arte. Em 1910, mudou-se para Dresden, cidade onde montou um ateliê e juntou-se a um grupo de artistas expressionistas. (...) Segall mudou-se definitivamente para o Brasil em 1924. Nas xilogravuras de Segall os contrastes são fortes e os traços mais simplificados. As gravuras sobre O Mangue, retratam a vida das mulheres que se prostituíam nessa região da cidade do Rio de Janeiro.” (A Gravura de Lasar Segall – Poesia da Linha e do Corte. Arte Sesc – Caderno Ativo. Ed.Sesc. 2000.)



 Lasar Segall

"Casal no Mangue" - Xilogravura - 1929 Acervo Museu Lasar   Segall






Um outro método de  Gravura, é a FROTTAGE, palavra francesa que significa ESFREGAR, e pode ser feita sobre a matriz de colagens de texturas. 
Fazer a matriz, depois de pronta, colocar uma folha sobre a matriz e esfregar o giz de cera deitado (com cuidado).
Coloquei como exemplo de frottage esse trabalho realizado por mim.
Matriz Gravura

                                                   Frottage -  Cristine Weck

sábado, 28 de maio de 2011

GATOS

"Gatos" - cRISTINE WECK - gRAVURA DIGITAL- 2011
História De Uma Gata
                                                           
                                                                     Enriquez - Bardotti - Chico Buarque

Me alimentaram
Me acariciaram
Me aliciaram
Me acostumaram

O meu mundo era o apartamento
Detefon, almofada e trato
Todo dia filé-mignon
Ou mesmo um bom filé... de gato
Me diziam em casa, não tome vento
Mas é duro ficar na sua
Quando à luz da lua
Tantos gatos pela rua
Toda a noite vão cantando assim

Nós, gatos, já nascemos pobres
Porém, já nascemos livress
Senhor, senhora ou senhorio
Felino, não reconhecerás

De manhã eu voltei pra casa
Fui barrada na portaria
Sem filé e sem almofada
Por causa da cantoria
Mas agora o meu dia-a-dia
É no meio da gataria
Pela rua virando lata
Eu sou mais eu, mais gata
Numa louca serenata
Que de noite sai cantando assim

Nós, gatos, já nascemos pobres
Porém, já nascemos livress
Senhor, senhora ou senhorio
Felino, não reconhecerás.




Chico Buarque
Nasce, em 19 de junho e 1944,  no Rio de Janeiro, Francisco Buarque de Hollanda. Em 1946 a família muda-se do Rio de Janeiro para São Paulo. Seu pai fora nomeado diretor do Museu do Ipiranga. 
Desde pequeno demonstra interesse pela música.
Em 1959 faz sua primeira composição – “Canção dos Olhos”
1964 começa sua trajetória pelos palcos ... E daí para frente são só sucessos.  
                                              http://www.chicobuarque.com.br/vida/vida.htm


sexta-feira, 27 de maio de 2011

Araras

            
 "Araras" - Cristine Weck -  Gravura digital - 2011.
É horrível  a necessidade que o ser humano tem de dominar,  de aprisionar os animais tirando-os do seu ambiente natural. Tirando-lhes a liberdade.  
  Covardia!

 Que mal eles nos fazem para serem condenados a prisão? Por serem belos, por cantarem, por voarem...?
        Prender pássaros em gaiolas... Que pobreza de espírito!

É muito mais lindo poder observá-los na natureza, voando livres sobre  nós. Cantando nos fios e galhos, ou no parapeito da janela.

Chega a ser um momento de êxtase, quando sou surpreendida por tucanos na árvore em frente de casa, o beija-flor que vem banhar-se no chuvisco da mangueira, ou um bando de araras pesando nos galhos do grande e velho eucalipto do vizinho, fazendo a maior algazarra. 

Geralmente voam juntas, em dupla - exemplo de casal -  unidos, fiéis.
E elas conversam. É impressionante! Passam voando batendo o maior papo, numa tagarelice só. 
E elas tem horário, como se saíssem para o trabalho, juntas, de manhã cedinho, sempre a mesma hora e, a tardinha... retornam. 

É lindo!
                                           
  Atos e sentimentos
                                Mário Quintana
 (...)
Atos são pássaros engaiolados,
sentimentos são pássaros em vôo.


Herdeiros do Futuro
Composição : Toquinho / Elifas Andreatto

(...)
Somos os herdeiros do futuro
E pr'esse futuro ser feliz
Vamos ter que cuidar
Bem desse país
Vamos ter que cuidar
Bem desse país...
Será que no futuro
Haverá flores?
Será que os peixes
Vão estar no mar?
Será que os arco-íris
Terão cores?
E os passarinhos
Vão poder voar?...
Será que a terra
Vai seguir nos dando
O fruto, a folha
O caule e a raiz?
Será que a vida
Acaba encontrando
Um jeito bom
Da gente ser feliz?...
Vamos ter que cuidar
Bem desse país
(...)
http://letras.terra.com.br/toquinho/87255/

         As araras, papagaios coloridoS.  Encontram-se  ameaçados de            extinção, pela destruição do seu habitat e por serem capturadas e   transformadas em animais domésticos, quando ... sobrevivem.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Arte Merz de Kurt Schwitters

Geralmente quando proponho uma atividade aos alunos eu faço a minha e levo para a sala de aula, porque assim eles podem manipular e visualizar melhor o que foi proposto -um objeto real-e também porque eu não resisto, é a forma que eu estava encontrando de por a “mão na massa”, mesmo.  São só  "rascunhos", idéias materializadas. O tempo era curto, a escola me desgastava muito, sugava toda a minha energia (desabafo). Bom, particularmente adoro as colagens de Schwitters, na época  (2009) estavamos vendo os Movimentos Modernistas, e um dos artistas mostrados aos alunos e comentados foi Kurt Schwitters. De certa forma a arte Merz de Schwitters encaixa-se bem, aqui.  Schwitters utilizava a sua arte para protestar. Ele protestava contra o comodismo e a tacanhice burguesa , e eu... na minha inquietação,  a questão do meio-ambiente. Scanneei a assemblage  que tinha feito na época e postei.
Ai vai o meu “ensaio a la Schwitters" e mais abaixo um pouquinho sobre o artista.


Assemblage - Cristine Weck 2009

A ARTE DA COLAGEM – KURT SCHWITTERS

As vanguardas europeias são os movimentos culturais, que surgiram no início do séc. XX rompendo com a estética artística de até então. A Europa estava eufórica com os avanços tecnológico, científico como: telefone, cinema, RX, eletricidade e tantos outros. Esse desenvolvimento industrial, científico e tecnológico como tudo tem o lado positivo e o negativo - alguns são muito beneficiados outros não - a questão: burguesia x proletariado e também a 1ª Guerra Mundial. Este “clima” vai fomentar o surgimento de novas tendências na arte. Muitos destes movimentos artísticos vão expressar a problemática da época, como verdadeiros manifestos. Alguns vão questionar, denunciar como o: Expressionismo, o Dadaísmo, o Merz de Kurt Schwitters;  outros idolatrar como o: Futurismo.  

Kurt  Schwitters,  (1887- 1948), alemão, foi poeta, prosador, dramaturgo, crítico, ensaísta, teórico, pintor, escultor, arquiteto, editor, publicitário, agitador cultural, etc.

A arte de Kurt Schwitters influenciada pelos movimentos de vanguardas principalmente pelo dadaísmo tem estilo próprio. Sentindo a necessidade de dar um nome a seu trabalho, Kurt Schwitters  passa a usar o termo Merz  que significa comércio em alemão (Kommerz). O nome Merz foi tirado de uma de suas colagens -  palavra Merz aparecia ao acaso, um pedaço de recorte de anúncio do Banco do Comércio (Kommerzbank),  Kurt também  dá esse nome a revista publicada por ele, entre 1922 e 1932. Dedicou a sua vida a questionar os costumes da sociedade.  
“Sua arte era politizada em sentido amplo: Schwitters defendia que a arte deveria ser a cura do seu tempo, deveria relativizar as idéias dominantes, colocá-las em cheque, desestabilizar a estrutura vigente. Em suas soirées Merz, ao contrário das soirées dadá, não havia protesto político, senão o protesto contra o comodismo e a tacanhice burguesa. Era política como crítica social e estética, crítica através da blasfêmia de usar lixo para fazer arte, através da profanação da arte burguesa.”¹ (Fabiana Macchi)
Vocabulário:
Soirées: Reunião social, ou de outro tipo, que ocorre à noite.

... todos nós devemos sentir como membros comuns de uma grande nação. Humanidade. Quem ama o seu país deve amar o mundo inteiro. Isso é patriotismo mundo.”  Kurt Schwitters

A arte da assemblage em particular, é inconcebível sem Kurt Schwitters.




Sites de Pesquisas:
¹www.germinaliteratura.com.br/sibila2005_kurtschwitters.htm   (Macchi, Fabiana. Kurt Schwitters: o dadaísta que era merz.)
Foto 1: Kurt  Schwitters https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjfUh8plpfbtCwIXXZIpGAL1V7XSQcNi4lkSzNdD-JBYsdSWRS_gfGZPxbJQ-DkULLQL9QTtoxy7Gn85rj9CvN8GG9Ucx5_3bTDl-9qnZBhnJm491Jz4u-RWu4wFaAuxqNlot5JihrburA/s1600-h/Kurt%20Schwitters.jpg
Foto 2 e 3: http://fabianamacchi.blogspot.com/2010/12/kurt-schwitters-um-artista-completo.html

sábado, 14 de maio de 2011

Em defesa aos filhos da Terra - 1

Nos últimos dias podemos acompanhar o caso da matança de onças –  “SAFARIS”, organizados numa fazenda no Pantanal, aqui no Mato Grosso do Sul, onde a própria  proprietária,  que pertence a uma ONG  de proteção as onças - organizava os safaris, e mais, com   r i t u a l   de beber o sangue das onças abatidas misturado àquela aguinha que passarinho não bebe.  (Aonde foi parar a sensibilidade feminina?)
É lamentável essa matança, de seres tão belos e imponentes que já estão em estado crítico de preservação pela falta de habitat, mas ainda pior, são pessoas que se escondem por detrás de uma ONG, manchando a imagem dessas instituições que realmente fazem um trabalho de ajuda e proteção. Creio que as próprias ONGs deveriam buscar um modo de certificar  as atuações de seus membros,  para poderem evitar que pessoas desse tipo, continuem escondendo-se atrás de uma boa imagem e praticando  atividades ilegais.

Links de reportagens sobre o safari no Pantanal:



“ A Natureza Chora Sangue” -  Infogravura - Cristine Weck – 2011.
Busco na natureza elementos para a minha arte, na interação entre ser humano e meio ambiente, misturo. Muitas vezes, torno-os híbridos, na tentativa de sensibilizar, mostrar a relação de dependência. Esta importante dependência.
Não somos dois ou mais, mas um só!
 O ser humano na sua arrogância, egoísmo e GANÂNCIA não cansa de tentar separar, destruir, consumir. E não aprende que é impossível sobrepujar essa NATUREZA - existe uma cadeia de relações entre cada elemento desse Universo  e...
Para cada ação uma reação.

 consciência ecológica
 “A consciência ecológica é a extensão de uma preocupação moral que vai além das estreitas fronteiras humanas.”
“(...) “consciência social” surgiu da preocupação com a saúde e a justiça da humanidade. Precisamos, de fato, nos preocupar com as desigualdades da nossa ordem social e com o sofrimento de alguns de nossos irmãos. Já a consciência ecológica é a preocupação com todos os seres, todas as espécies, todos os habitats e ecossistemas complexos que constituem o mundo orgânico.(...)”