domingo, 14 de agosto de 2016

BORBOLETAS : ARTE E POESIA.

Cris.Weck - "MORPHO" - Arte Digital - 2016

Morpho

                    Janet Zimmermann

Cheia de si
saiu de si

e voou 
revoou
revoluteou se fartou se embriagou

Não tinha ciência
do azul safira metálico
das lâminas da suas asas

nem que era filha  da luz
que lhe emprestava 
iridescência

mas sentia que sorvia
o paraíso
do seu perfume




*Janet Zimmermann (Janete Izabel Zimmermann Teixeira) é gaúcha e mora em Campo Grande/Mato Grosso do Sul.
*Jornal de Domingo,  Campo Grande - MS, 17/01/2016.
* Morpho é um género de borboletas predominantemente azuis, que vivem nas florestas tropicais da América.






sexta-feira, 12 de agosto de 2016

MEU PÉ DE LIMÃO

Cris Weck - Meu pé de Limão - Arte Digital 2016
Cantiga Popular...

                
Meu limão, meu limoeiro
Meu pé de jacarandá
Uma vez tin-do-lelê
Outra vez tin-do-lalá


Morena, minha morena
Corpo de linha torcida
Queira Deus você não seja
Perdição da minha vida

Meu limão, meu limoeiro...


https://www.letras.mus.br/inezita-barroso/829196/

sábado, 16 de julho de 2016

Meu avô, zínias e o vento


Cris.Weck - Meu avô, zínias e o vento - arte digital - 2016
Diariando...
MEU AVÔ,  ZÍNIAS E O VENTO
                                                                                Cristine Weck
Hoje saí cedo a pé, desci em direção ao Centro da cidade, precisava comprar um presente.
 Me surpreendi com o vento.  Um vento que vinha de frente, batia no rosto e assoviava nos meus ouvidos.
Uma sensação conhecida... Seria um déjà vu. 
Não!!! Sem dúvida que não, Já vivi este vento.
Me reportei.  Fui para outros tempos...e lugar, enquanto descia a rua.  Tempos da minha infância.
O lugar?  Minha terra, meu Rio Grande do Sul, lá onde estão minhas origens, onde cresci, onde comecei a me aprender (muita coisa mudou em mim depois que saí de lá; cheguei a pensar por um certo tempo, que não restava mais nada de mim, mas venho me reencontrando novamente). Lá onde a minha história começou. Meus parentes, amigos, conhecidos, coadjuvantes na minha vida. Lugares, memórias, algumas boas, outras nem tanto. Lá, onde ficaram os meus melhores sonhos, onde deixei o melhor de mim. Fui acidificando...
Engraçado...  Hoje ouvi a música “A lista” de Oswaldo Montenegro, ela fala um pouco disto
“(...)
Faça uma lista dos sonhos que tinha
Quantos você desistiu de sonhar!
(...)
Onde você ainda se reconhece
Na foto passada ou no espelho de agora?
Hoje é do jeito que achou que seria...?
(...)
Quantos mistérios que você sondava
Quantos você conseguiu entender?
Quantos segredos que você guardava
Hoje são bobos ninguém quer saber?

Quantas mentiras você condenava?
Quantas você teve que cometer?
Quantos defeitos sanados com o tempo
Eram o melhor que havia em você?
(...)"
A PRAIA... Lembrei! Foi lá, Capão da Canoa, onde me encontrei, pela primeira vez com este Vento. Ele brincava assoprando nos meus ouvidos. Vento de praia...
-Seu Vento, Seu vento, já nos conhecemos  (falei em pensamento descendo a rua hoje).
-Somos velhos conhecidos! Estás longe, não?? O que trazes pra mim??
 Eu sempre tive essas sensibilidades... Sempre gostei de apreciar sozinha, quieta. Sentindo, percebendo ares, cores, luzes, brisas, cheiros, caras e bocas. Gestos, gostos, texturas, formas, olhares... Eram e continuam sendo brincadeiras que acontecem nos sentidos e mental. Percepções!
      Fui descendo a rua com minhas memórias, praia, mar... Lembrei então do poema de Casimiro de Abreu, “Deus”. algumas vezes declamei pro MAR e para as minhas irmãs Sereias.  Ui quanta pretensão!  
Eu me lembro! eu me lembro! - Era pequena
E brincava na praia; o mar bramia
E, erguendo o dorso altivo, sacudia
A branca escuma para o céu sereno.
E eu disse a minha mãe nesse momento:
“Que dura orquestra! Que furor insano!
“Que pode haver maior do que o oceano,
“Ou que seja mais forte do que o vento?!”
Minha mãe a sorrir olhou p’r’os céus
E respondeu: - “Um Ser que nós não vemos
“É maior do que o mar que nós tememos,
“Mais forte que o tufão! minha filha, é - Deus!”

      Meu avô...
De lembranças em lembranças que o Vento me trazia, enquanto descia a rua, meu avô surgiu. Oh saudades! Como ele era especial, a única pessoa que olhava pra mim com admiração verdadeira. Estava no olhar. Nem sei se eu merecia...
Este Vento me confrontou mesmo, algumas vezes pelos caminhos. Desta vez, íamos comprar revistinhas, aquelas da Brotoeja, Tininha, Bolota, Recruta Zero (gibis), e fumo de cachimbo, lá no centro da praia de Capão da Canoa, na revisteira que ficava na rua lateral da praça. Lembrei dos cheiros dos fumos de cachimbo do Vô Athaíde. Tinha um que eu adorava, com cheiro de chocolate. Aquele ritual todo da preparação do cachimbo, já valia o momento. Eu sentava no colo dele e enchia o cachimbo. Tinha uns apetrechos, lembro de um arame peludinho, usado para limpar o interior do cachimbo; uma bolsinha com zíper onde ele guardava o fumo e flanela para lustrar o cachimbo.
  Para criança tudo é brinquedo!
Teve um verão...
Os ares não andavam muito bons, dava para perceber um peso no ar. A mãe, o tio e meu irmão pegaram hepatite (acho que foi neste ano mesmo que vivi esta experiência que guardei com força). Meu avô estava com câncer, mas isto não tinham me dito; eu estava nos meus 8 ou 9 anos, por aí. 
O dia não tinha raiado ainda, levantei e vi a porta da frente aberta. Meu avô estava sentado na frente da casa, numa espreguiçadeira, entre as zínias. Rodeado de flores, literalmente. O meu avô sempre alugava aquela casa, e a dona tinha semeado uma parte do jardim com zínias, elas são muito coloridas e nasceram grandes e altas, provavelmente resultado do clima. Lembro de três ou quatro ciprestes formando uma meia lua, por trás das flores.
Na frente da casa tinha uma chácara, um pasto lindo verdinho, com árvores seguindo a cerca onde amarravam a vaquinha para tirar leite, bem cedinho. Eu não gostava daquele leite espumoso morno e puro, mas achava mimoso tudo aquilo, era lúdico.
Na esquina um bar/armazém, daqueles antigos onde eu comprava cola. Era um vidrinho com goma arábica. Eu fazia as minhas colagens.  E doce de leite Mu-mu, naqueles travesseirinhos de plástico. Eu comprava uma “tripa” de Mu-mu, comia tudo de uma vez. Era tudo tão simples e bom.
Nesta manhã, o céu ainda estava escuro com alguma claridade de azuis e laranjas surgindo, e ele, o vô Athaíde, ali sentado, tomando chimarrão sozinho.  Não! Não achei que ele estivesse só, não senti solidão naquele momento. Ele estava muito bem acompanhado, por tudo aquilo, por Deus. Deus estava integralmente ali diluído nas cores, no orvalho, no ar; encrustado nas pedras, na areia... E nele!
Percebi que aquele momento era especial.  Eu... fiquei olhando da porta, sabia que precisava ficar ali e guardar aquela imagem do meu avô querido, “Vô Flor”. Também senti naquele momento, que ele nos deixaria logo. Provavelmente seria o último verão dele na praia e eu TINHA que guardar aquela imagem. Guardei. Vô ATHAÍDE TE AMO!!
E o Vento???
É ... eu já o encontrei algumas vezes. Ele sempre me leva de carona, a algum momento... as vezes não sei onde, nem qual, mas é onde só ele sabe
   “fffFffffffff fffvvxxxxx fvvsxxxfvfsxxxxx xxxxxxxvvzzxxvxxx...”

Déjà vu???  QUEM SABE!

terça-feira, 12 de julho de 2016

GATINHA CISSA

Cris. Weck - Cissa Margarida na janela sonhando com borboletas - arte digital 2016.
CISSA MARGARIDA 
                                             
                                                           Cristine Weck

Felis silvestris catus, o gato doméstico.
Tantos  mitos  e preconceitos eles sofrem.
Uns dizem  que dão  azar, os pretinhos, coitadinhos...
São tantos os medos, 
Pobre  dos  bichanos...

Tenho duas. Duas lindas  gatinhas.
Uma gorda, peluda,  preguiçosa e pretinha.
 Uma princesa, anda com um gingado, bem rebolado.
Antipááática.
Orgulhosa... e muito ciumenta.
Esta  é Sophie Sofia.

A outra é a Cissa, Cissa Margarida.
Branca e preta, de pelo  curto. Uma Frajolinha como disse a  amiga Vera Gateira.
Esguia, rápida,  unhas bem afiadas... 
Sempre  se esticando em espreguiçamentos looongos.
Atrevida  e corajosa.
Escala muro, já pulou pro vizinho.
Mal educaaada...
Atropela, pula, pisa  com força e peso,  apesar de muito  fininha.
Brinca com meus brincos.
Brinca com  meu  cabelo,  bem  doidinha.
Mas é  um doce!
Sabe ser tão carinhosa  e grata.
Sofreu na rua,  abandonada, bem pequena,
 maldades de gente sem coração ou sem noção.
Mas agora ... é muito AMOR.
 Grata sou  eu, por tanto carinho que recebo das minhas mimosas gatinhas.
Aaah! Peço desculpas se saiu algo errad o, na escrita deste textinho, mas é  que  foi  escrito, com uma gatinha frajolinha pisando nas teclas. 
Um tal de passa de cá, esfrega, e passa de lá, só pra me tirar a atenção...  rsrsrs




 POR FAVOR, NÃO ABANDONEM OS ANIMAIS  NA RUA, NA  ESPERANÇA  DE QUE OUTRA PESSOA VÁ PEGAR, OU  SIMPLESMENTE PARA SE LIVRAR DO BICHINHO.
Morrem atropelados ou muito  machucados. 
Existem pessoas que não  gostam, maltratam.  
Adoecem, passam fome.  SOFREM!
    SEJA RESPONSÁVEL.   
    PENSE BEM,  ANTES  DE PEGAR UM ANIMAL PARA CRIAR. SE PEGAR, CUIDE como se fosse UM FILHO!!
 CASTRE.
Castrar  ajuda muito. Evita  que procriem e seus filhotes  sejam abandonados  ou  doados para pessoas sem compromisso.
  Não é barato, mas existem   clínicas que têm este  serviço mais  em conta, ou parcelam,  FACILITANDO. O Centro de Zoonoses...Hospitais Veterinários nas universidades e outras.  Ou  junte o dinheiro e castre. É uma vez só.
                                                        Adoeceu  cuide.
                                         COMPROMISSO e RESPONSABILIDADE
RESPEITE OS  ANIMAIS.