Cristine Weck - Natureza Morta I - Fotografia - 2012 |
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Cristine Weck - "Natureza Morta"- Linoleogravura - 2012 |
“Natureza-morta", “nature morte", “still life", “stilleben",
“stilleven”.
Cristine Weck - Natureza Morta - acrílica s/tela (1999) |
A expressão "natureza-morta" classifica um tipo específico de arte, ou melhor, um GÊNERO da pintura e da fotografia. Provavelmente tem sua origem no holandês STILLEVEN (natureza em pose ou natureza imóvel).
Trata de mostrar seres inanimados, organizados
geralmente sobre uma mesa. São objetos que se referem ao dia a dia, da vida doméstica, às vocações
e aos hobbies, à decoração e ao convívio no interior da casa como: comidas, bebidas,
louças, flores, frutas, instrumentos musicais, livros, ferramentas, cachimbo,
tabaco, taças, etc.
Cristine Weck - Frotagem - 2010 |
Cris.Weck - Fotografia 2012 |
Cris.Weck - Fotografia - Natureza Morta III - 2012 |
ISAR P. WECK - Naturezas Mortas - técnica mista sobre papelão |
Eu então, diria que:
Natureza Morta é uma pintura ou fotografia de uma natureza organizada pelo artista, ou com sua interferência, ou seja, não
natural, como no caso da obra acima, de Nicolas - Antoine Taunay - o
papagaio está fora do seu habitat natural, está "doméstico", pertence
a categoria de "coisas" de uma residência, assim
como o gato.
Este
tipo de pintura vai aparecer como gênero artístico independente somente
lá pela metade do século XVI. Antes disso, compunham o fundo de pinturas
com outros temas como as religiosas.
O interesse do pintor em representar os objetos em
si, estava voltado para cor, forma, superfície, luz e até mesmo no espaço que
os circunda, mas também com importância
simbólica refletindo
a atenção dada ao acúmulo de riquezas.
Às vezes as composições assumem sentido moral,
prata e ouro traduzem as futilidades das riquezas; ampulhetas e todo tipo de
relógio - a brevidade da vida – e bolhas e cristais a sua fragilidade.
Na
França, início do século XVIII, as pinturas de coisas mortas e sem movimento
não eram muito apreciadas, considerada uma “pintura menor” somente em 1756 é que
a palavra Natureza-Morta surge em francês.
Este
gênero alcança o seu ápice no final do século XIX e início do século XX, com as
conquistas formais de Cézanne, o cubismo de Picasso e Braque e Giorgio
Morandi.
Para Morandi, a natureza-morta é uma
maneira de ser, um filtro através do qual a realidade é lida, interpretada e
sublimada. O artista resgata a vida silenciosa da matéria inanimada,
transmitindo em cada obra a sensação de que se está diante de algo único e
absoluto.¹
Morandi
- Natureza Morta - Oleo s/tela - 1956 -
|
As Vanitas
Vanitas
é um “gênero particular de natureza morta com significados filosóficos e
morais, em que os objetos representativos das riquezas da natureza e das
atividades humanas são mesclados a elementos evocativos do triunfo da Morte,
principalmente crânios.(...)
Este gênero surge em Leiden, Holanda, por
volta de 1620, devido ao crescimento da
vida intelectual e artística (...) Leiden era grande centro de estudos
filosóficos, emblemáticos e anatômicos”²
Objetos representados nas Vanitas possuíam
significados, o artista queria levar “o
espectador a meditar sobre a inutilidade dos prazeres do mundo face à morte que
tudo devora, ao “memento mori”³, como:
Objetos que lembram a vida terrena contemplativa (ciência,
literatura e arte), vida voluptuosa, os prazeres (sentidos), a riqueza
(dinheiro), o poder (armas);
Objetos que aludem a brevidade da vida devido à
passagem do tempo: ampulhetas e relógios,
a destruição da matéria (flores que perdem as pétalas, frutas podres, pedras
rachadas), vidros (taças, garrafas, velas).
Antes da fotografia, a grande finalidade da pintura em geral era produzir
uma imagem que levasse o observador a exclamar: “é exatamente igual a realidade!”.
A fotografia desenvolvida no século XIX mudou
as regras da representação pictórica, pois assume o compromisso de retratar fielmente o real, antes função da pintura.
Cristine Weck - Natureza Morta II - Fotografia -2012 |
A pintura de natureza-morta já não poderia mais ter como objetivo a verossimilhança.
Picasso - natureza-morta com crânio e jarro –
1945
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Alguns artista e suas obras:
Jean-Siméon Chardin
(1699 - 1779) é o grande pintor francês de naturezas-mortas e obras de gênero.
No célebre A Arraia (1728) evidenciam-se suas preferências de composição: a
prateleira de pedra e a austera ambiência interior, os objetos dispostos
segundo uma ordem prática (sugerindo atividade humana), as texturas do linho e
da cerâmica, o gato em meio às ostras e a arraia sangrenta no centro do quadro.
Jean-Simón Chardin – A Arraia
Na história da Arte Brasileira as composições com frutas e vegetação de Albert Eckhout (1610-1666) encontram-se entre as primeiras naturezas-mortas realizadas. Albert Eckhout, pintor, desenhista, artista plástico e botânico holandês, foi autor de pinturas do Brasil holandês, pintando a população, os indígenas e paisagens da região Nordeste do Brasil. Viajou também por outras regiões da América.
Albert Eckhout “Frutas Brasileiras” ( XVII), Óleo sobre
tela,91 × 91cm
No século XIX, com destaque para as produções de Agostinho da Motta (1824-1878) e Estevão Silva (1844-1891), pintores do Rio de Janeiro.
ESTEVÃO SILVA – PINTOR NEGRO
ACADÊMICO DE NATUREZAS MORTAS. Primeiro pintor e professor de pintura negro de destaque, formado pela Academia Imperial de Belas Artes,
notabilizou-se por suas naturezas mortas, sendo considerado um dos
maiores expoentes da arte brasileira no gênero.
Estevão Silva
Já em São Paulo, na primeira metade do século XX, destaca-se a produção de Pedro Alexandrino (1856-1942).
Com os artistas reunidos no Núcleo Bernardelli e Grupo Santa Helena, nas décadas de 1930 e 1940, o gênero ganha nova importância na arte brasileira.
Nos anos de 1950, Milton Dacosta (1915-1988), Iberê Camargo (1914 - 1994), entre outros, realizam naturezas-mortas.
Referências de Pesquisa :
1 Renato Miracco é crítico de arte e Maria Cristina Bandera é diretora da Fundação de Estudos
1 Renato Miracco é crítico de arte e Maria Cristina Bandera é diretora da Fundação de Estudos
da História da Arte Roberto Longhi, de Florença (Itália).
2 e 3 Siqueira,
Sônia.Docente da FATEA - Lorena.
Fonte: http://publicacoes.fatea.br/index.php/angulo/article/viewFile/229/18
* Texto de parede da exposição realizada no período de 4 de
agosto a 10 de setembro de 2006, na Estação Pinacoteca, em São Paulo (SP), com
curadoria de Renato Miracco e Maria Cristina Bandera. http://www.scielo.br/pdf/ea/v20n58/19.pdf
Documentário sobre a exposição 'A Natureza-Morta na Europa'.
http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=termos_texto&cd_verbete=360
28/06/2012-17:48h
Video:
Bibliografia:
Schwarcz, Lilia Moritz. O Sol do Brasil. Nicolas-Antoine Taunay e as
desventuras dos artistas franceses na corte de d.João. São Paulo.Companhia
das Letras. 2008.
Imagens:
IBERÊ CAMARGO (1914 – 1994) Natureza Morta –
Gravura em metal – 33 x 41 – 06/15 - ass. inf. direito 1957. Fonte: http://www.tntarte.com.br/tnt/scripts/2006_marco/imagens.asp?page_ini=131
HERRERA,
Cristian - Havaianas Verdes – Óleo s/ tela col madeira – 30 x 39 cm - ass.
centro inferior 2004.
SCLIAR,
Carlos (1920 – 2001) Flores, Bule Azul, Ferro de Passar, etc – Vinil e colagem
encerados s/ tela – 65 x 100 cm – Cabo Frio – 1997.
Fonte:
http://www.tntarte.com.br/tnt/scripts/2006_marco/imagens.asp?page_ini=131
Picasso - http://professoraalicebotelho.blogspot.com.br/2010/03/natureza-morta-2-ano.html