sábado, 18 de junho de 2011

OLHARES

       "Eliminar a discriminação em todas as suas formas, como as baseadas em raça, cor, gênero, orientação sexual, religião, idioma e origem nacional, étnica ou social."    Carta da Terra

    
"Olhares" - Cristine Weck - 1999  (Técnica Mista)
 
"SE PUDERES OLHAR, VÊ.    SE PODES VER, REPARA.
 ('Ensaio sobre a Cegueira' de José Saramago)



          “Ver é reto, olhar é sinuoso. Ver é sintético, olhar é analítico. Ver é imediato, olhar é mediado. A imediaticidade do ver torna-o um evento objetivo. Vê-se um fantasma, mas não se olha um fantasma. Vemos televisão, enquanto olhamos uma paisagem, uma pintura”      (Márcia Tiburi)


OLHAR
                             Ferreira Gullar
O que eu vejo
me atravessa
como ao ar
a ave
o que eu vejo passa
através de mim
quase fica
atrás de mim
O que eu vejo
- a montanha por exemplo
banhada de sol -
me ocupa
e sou então apenas
essa rude pedra iluminada
ou quase
se não fora
saber que a vejo.

domingo, 12 de junho de 2011

2 Celebrando a Natureza com Arte

"A arte diz o indizível; exprime o inexprimível, traduz o intraduzível."
(Leonardo da Vinci)


        "Súplica" - Cristine Weck - Gravura Digital, 2011. 
          


As florestas

                "As florestas contribuem para a produção de alimentos. Elas mantêm a estabilidade climática e favorecem as chuvas que contribuem para safras produtivas e fartas. Florestas mantém as nascentes e os rios que são usados para a irrigação. Florestas controlam a erosão causada pelo vento, prevenindo a perda de solo e a desertificação. (...) Sem as florestas, boa parte da produtividade agrícola seria perdida, e são vários os casos de civilizações na história da humanidade que têm seu declínio associado à destruição das florestas. Por isso, as florestas alimentam você.
              Numa linguagem de cores, sons, formas e cheiros, a floresta se comunica e nos ensina a traduzir seus sinais.(...)"
"Chegará o dia em que os homens conhecerão o íntimo dos animais e nesse dia um crime contra um animal será um crime contra a humanidade."
(Leonardo da Vinci)

 
Leonardo da Vinci é considerado por vários o maior gênio da história, devido a sua multiplicidade de talentos para ciências e artes, sua engenhosidade e criatividade, além de suas obras polêmicas.
Foi uma das figuras mais importantes do Renascimento, que se destacou como cientista, matemático, engenheiro, inventor, anatomista, pintor, escultor, arquiteto, botânico, poeta e músico.
Nascido na região da Florença, foi educado no ateliê do renomado pintor florentino, Verrocchio.

Três de suas obras, a Mona Lisa e A Última Ceia, a Virgem dos Rochedos estão entre as pinturas mais famosas.Leonardo da Vinci


Vale do Arno,  1473 


A Virgem dos Rochedos, Leonardo da Vinci - National Gallery de Londres

sábado, 11 de junho de 2011

2 - Celebrando o Meio Ambiente e o Ano Internacional das Florestas com ARTE

Podemos trabalhar a questão ambiental na aula de Artes, apresentando artistas como Félix-Èmile Taunay, Rugendas, Vitor Meirelles que foram artistas que se preocuparam em registrar a devastação das florestas brasileiras. Trabalhando a PAISAGEM como gênero de pintura. Ouvir os sons da mata e sensibilizar os alunos para esta problemática.

 Monteiro Lobato descreve de um jeito muito gostoso e simples o sonzinho do riacho que corre no Capoeirão dos Tucanos,  a mata virgem do Sítio do Pica-Pau Amarelo:

“(...) uma água muito límpida, que corria, cheia de barulhinhos mexeriqueiros, por entre velhas pedras verdoengas de limo.”¹(livro “O Saci”, cap. A Modorra)  

PAISAGEM

Assim como o RETRATO e AUTO RETRATO a PINTURA DE PAISAGEM também é um gênero das Artes Plásticas. A paisagem ocupava lugar secundário, tinha a função de cenário, que sustentava algum acontecimento, ou personagem. A partir do século XVIII, e século XIX ela alcança a sua independência, a importância de ser retratada pelo seu próprio valor de beleza ou poder de impressionar, e ocupa o primeiro plano, no Romantismo. Os nomes de John Constable (1776 - 1837) e Joseph Mallord William Turner (1775 - 1851) são as primeiras referências para a compreensão do desenvolvimento do gênero. Mas alguns artistas que antecederam o Romantismo souberam registrá-la magnificamente. Os registros de viagem de Albrecht Dürer (1471-1528); as paisagens produzidas pelos holandeses cheias de detalhes; os artistas membros da Missão Artística Francesa (Nicolas-Antoine Taunay (1755 - 1830), Debret (1768 - 1848), no Brasil registraram a nossa flora e fauna.

        Preciso destacar um pintor, desenhista, Félix-Émile Taunay (1795-1881), filho de Nicolas-Antoine Taunay. Foi professor e diretor da Academia Imperial de Belas Artes do Brasil.
        Este artista registrou em 1843, a sua preocupação ante a  destruição das florestas brasileiras na obra “Vista de um mato virgem que se está reduzindo a carvão”.

        “O quadro tem sido interpretado como uma alegoria do embate entre natureza e civilização, tema que reaparece em outras obras do período, como “Moema” de Vitor Meirelles(1832-1903), pintada duas décadas depois. A obra podia ser considerada um posicionamento do artista em relação a uma questão real que afetava a vida dos habitantes do Rio de Janeiro: a destruição das matas brasileiras. Era o indício de que seu engajamento político ia muito além das suas atividades na Academia. Alguns artistas estrangeiros, como o austríaco Thomas Ender (1793-1875) e o alemão Johann Moritz Rugendas (1802-1858), também registraram essa devastação durante suas passagens pelo Brasil nas décadas de 1810 e 1820, podendo ser predecessores importantes de Taunay”  ²(Mattos, Claudia Valladão)


1 Lobato, Monteiro. O saci, cap VI - A modorra, p.18. 56ºed. São Paulo: Ed.Brasiliense, 1994.
2  Mattos, Claudia Valladão , Revista de História da Biblioteca Nacional, ano6, nº62, novembro 2010. P 65
Foto: Revista de História da Biblioteca Nacional, ano6, nº62, novembro 2010. P 66,67(Museu Nacional de Belas Artes/Ibram/Minc
Pintura de Paisagemwww.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=termos_texto&cd_verbete=363



Arte - Auto-Retrato e Mário Quintana

 Mário Quintana é sempre um carinho.

    Sou apaixonada pelo seu trabalho, adoro especialmente o seu Auto Retrato em forma de poesia, em que ele "pinta". 
    Pintar, esculpir são práticas das artes plásticas, do artesanato, bom... de qualquer forma da minha área.
    E ele “pinta”, pinta com palavras o seu retrato, um retrato que transcende a forma material. 
    Retrata o seu estado de espírito.
    Então... eu me atrevi. Com maior respeito e reverência, pintei a sua poesia, como um pouquinho de mim. 

O Auto-Retrato
                               
                                            Mário Quintana

No retrato que me faço
- traço a traço -
às vezes me pinto nuvem, 

   às vezes me pinto árvore... 

às vezes me pinto coisas
de que nem há mais lembrança...

ou coisas que não existem
mas que um dia existirão...

e, desta lida, em que busco
- pouco a pouco -
minha eterna semelhança,

no final, que restará?
Um desenho de criança...
Terminado por um louco!
        Ilustrações - Cristine Weck, 2007
        Técnica: tecido voil e aquarela silk nas técnicas do sal, guta, molde vazado e carimbo.

 

Mário Quintana

Mário de Miranda Quintana foi um poeta, tradutor e jornalista brasileiro. Nasceu em Alegrete, (RS), na noite de 30 de julho de 1906 e faleceu em Porto Alegre (RS), em 5 de maio de 1994.

Auto Retrato


    Auto Retrato  é um gênero na arte,  “muitas vezes é definido em História da Arte, como um retrato (imagem, representação), que o artista faz de si mesmo, independente  do suporte escolhido.”¹
   “A produção de auto-retratos segue o desenvolvimento do retrato, gênero que se afirma de modo autônomo no século XIV e, a partir de então, passa a ocupar lugar destacado na arte européia, atravessando diferentes escolas e estilos artísticos. A difusão da retratística acompanha os anseios da corte e da burguesia urbana de projetar suas imagens na vida pública e privada.   Paralelamente aos retratos realizados sob encomenda, e a outros concebidos com amigos e familiares, os artistas produzem uma profusão de auto-retratos, que funcionam como meio de exercitar o estilo, como instrumento de sondagem de estados de espírito e também como recurso para a tematização do ofício.”²

2 www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=termos_texto&cd_verbete=897
http://marioquintana.blogspot.com/

quinta-feira, 9 de junho de 2011

1 - Celebrando o Meio Ambiente e o Ano Internacional das Florestas com ARTE


Perceberam as diversas programações que estão acontecendo sobre o Meio Ambiente?  Pois é, tivemos o Dia Mundial do Meio Ambiente.
        Eu também quero celebrar, mas  a minha maneira, dividindo com vocês o que encontrar sobre o assunto, ilustrando com trabalhos meus.  Na verdade, eu venho celebrando há muito tempo, através da minha arte, não só celebrando, mas procurando mostrar a minha preocupação e quem sabe,  conscientizar, um pouquinho, para uma relação melhor com a Terra-Mãe - Natureza. Esse blog tem provado isso.

Tenho assistido alguns programas: entrevistas, propagandas (ótimas por sinal), chamando a nossa atenção para este assunto tão urgente,  o Meio Ambiente.  
Este ano estamos também celebrando o Ano Internacional das Florestas.

Leonardo Boff (teólogo e escritor)  NÃO diz MEIO AMBIENTE, mas AMBIENTE INTEIRO. Achei ótimo! Numa entrevista, ele falava da “guerra sistematizada a Terra” e que esquecemos que a atacando, estamos atacando a nós mesmos.
Nos lembra que a Terra é a nossa casa, não temos outra. Devemos senti-la como MÃE,  respeitá-la como tal..  Natureza a Grande Mâe – Gaia,  afinal somos seus filhos.

Devemos parar um pouco, alguns minutos e observá-la com carinho, sentir o vento, a brisa, o cheiro de chuva, perceber o movimento, o balançar dos galhos, as formas, cores e perfumes das flores, os diversos verdes das folhagens. Olhar com um olhar de artista.
Olhar para o céu.  Brincar com as nuvens, imaginar... Ouvir o canto dos pássaros. Viver de forma mais poética. A Natureza é arte pura.

Desenvolver a sensibilidade. RESGATAR é a palavra que Leonardo Boff utilizou. Sentir o outro como irmão – o outro não é só o ser humano, mas é a plantinha, a lagarta que irá transformar-se em borboleta, até aquele bichinho mais nojentinho, devemos respeitá-los, pois eles têm o direito a vida.
A existência de cada elemento, cada ser é importante para o equilíbrio da Terra.  Olha  ai o 1º princípio da Carta da Terra:

"I. RESPEITAR E CUIDAR DA COMUNIDADE DE VIDA
1. Respeitar a Terra e a vida em toda sua diversidade.
  1. Reconhecer que todos os seres são interdependentes e cada forma de vida tem valor, independentemente de sua utilidade para os seres humanos"
GAIA - Terra , a nossa Terra, é viva!

Leonardo Boff participou da elaboração da Carta da Terra.

Trabalho na Escola – Reaproveitando o "lixo" (2010).

7º Princípio da Carta da Terra.
"7. Adotar padrões de produção, consumo e reprodução que protejam as capacidades regenerativas da Terra, os direitos humanos e o bem-estar comunitário.
  1. Reduzir, reutilizar e reciclar materiais usados nos sistemas de produção e consumo e garantir que os resíduos possam ser assimilados pelos sistemas ecológicos."
Ano passado (2010) fiz com um grupo de alunos do 6º e 7º anos, da E. M. Profª Danda Nunes, um painel para um evento que a escola participou. Trabalhamos COLAGEM E PINTURA. 
Utilizamos vários materiais que pegamos no lixo da escola, como papéis de bala, pauzinho picolé, saquinhos de gelinho, colherinhas de plástico, folhas secas, sementes, canudinhos de plástico, bolinhas de papel que eles adoram fazer e arremessar no lixo (isso é um problema), etc.
No dia do evento, o pai de uma aluna doou mudas de árvores para serem distribuídas as pessoas que passassem por lá. Foi bem legal!   
Painel
Trabalhar  reutilizando certos materiais, aproveitando o que seria lixo é gratificante, e o resultado pode ficar muito bonito.  


Deixando de consumir materiais novo, aproveitando o que já foi usado e que iria para o lixo, estamos economizando energia, recursos naturais, deixando de polir rios, terra  e ar.
Exemplo disso são as escultura feitas com os alunos dos 7ºanos, (2010) de materiais descartáveis como jornal, canudos de papel higiênico, potinhos de yogurte. E cola de farinha. Técnica Empapelamento e papel machê.

Aluno:  Ericlis

 Aluno: Andrei

 Aluno: Yago

Aluno: Luan
 Lindos!

Onde encontrar o texto da Carta da Terra:
http://www.cartadaterrabrasil.org/prt/text.html